Rua da Boavista, 46, 1 esquerdo, Cais do Sodré, Lisboa

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Programação Dezembro Seu Vicente



“Processos Organizativos em Dança:
 a singularidade dos designs” com Carolina de Nadai
Dia 7, 4ª feira (19h-21h)


Este encontro propõe apresentar e articular as ideias presentes na pesquisa de mestrado “Processos Organizativos em Dança: a singularidade dos designs” num ambiente de criação e produção de arte, que não o académico com o objectivo de partilha e construção dos trânsitos teórico-práticos em dança:
Diferentes danças coexistem no mundo e todas elas são designs enquanto acontecem, esta é a hipótese aqui lançada. Para dissertar acerca dos modos organizativos da dança, esta pesquisa inclinou-se a uma redução inter-teórica para abarcar os conceitos de dança, design e evolução, bem como utilizou-se de alguns parâmetros sistémicos (da Teoria Geral dos Sistemas), com o objectivo de entender que a dança no seu fazer, configura um design respectivo às interacções produzidas pela estrutura e funcionalidade vigentes em cada singularidade organizativa. Nessa perspectiva corpo e ambiente co-evoluem e co-desenham informações que resultam em designs de dança. Para tanto, foi necessário desmistificar a compreensão hegemónica de design, presente principalmente nos meios de comunicação, com o intuito de perceber que designs são resultantes de modos relacionais estabelecidos entre estrutura e funcionalidade. O objectivo desta pesquisa é possibilitar a percepção de que os mais variados modos organizativos em dança resultam em designs enquanto acontecem, e que designs de dança são contextualizados pelos acordos continuamente construídos entre corpo e ambiente.”


Bio: Carolina De Nadai, formada em dança pela FAP – Faculdade de Artes do Paraná, integrou a cia. Téssera sob a direcção de Rafael Pacheco e Cristiane Wosniak. Foi artista residente bolsista na Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento, Curitiba-PR e criou o solo “DES”. É mestre em Dança pelo Programa de Pós-Graduação em Dança – PPGD, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, na qual desenvolveu a pesquisa teórica titulada: “Processos Organizativos em Dança: a singularidade dos designs” tendo como orientadora a Prof.ª Dr.ª Adria              na Bittencourt Machado. Têm interesses em dança contemporânea e seus processos criativos bem como em propostas articuladas pelos ambientes académicos e artísticos.
Gratuito                                    
Apoio: Tapada da Tojeira| AZEITE TOJEIRA




“Subjetividade, Foucault e Cinema” com Fábio Zanoni
Dia 14, 4ª feira (17h-21h)


 Por que ainda falamos que somos reprimidos?
            Com o auxílio do filme Gattaca, pretendemos refletir sobre um dos principais conceitos do filósofo francês Michel Foucault, a saber, o conceito de bio-política. Trata-se, em linhas gerais, de auscultar as dinâmicas de governo de si e do outro que estruturam nossa vida cotidiana, a fim de jogar um pouco de luz nos ideais reguladores que se inscrevem nos nossos menores hábitos, gestos e sentimentos, em tudo aquilo que costumamos imaginar como idiossincrático.

Bio: Fábio Zanoni, formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Atualmente, trabalha com questões ligadas ao cinema e ao teatro, em especial a partir das considerações trazidas à baila pelo filósofo francês Michel Foucault.

Investimento: a vontade
Apoio: Tapada da Tojeira| AZEITE TOJEIRA




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Programação Novembro Seu Vicente



“Subjetividade, Foucault e Cinema” com Fábio Zanoni
11 (17-21h)
  
O objetivo geral do encontro será problematizar alguns efeitos da contemporaneidade na fabricação das subjetividades, por meio da análise do filme A Dúvida, tomado como exemplo privilegiado das políticas de subjetivação postas em funcionamento na construção de nossa maneira de nos relacionar conosco e com os outros. Trata-se, em linhas gerais, de tomar a subjetividade como um problema político, e não um dado natural.

Bio: Fábio Zanoni, formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Atualmente, trabalha com questões ligadas ao cinema e ao teatro, em especial a partir das considerações trazidas à baila pelo filósofo francês Michel Foucault.

Investimento: 8 euros.
Apoio: Tapada da Tojeira| AZEITE TOJEIRA

“The meantime fall” com Diana Kubicz
15,16 (18:30 às 21:30h) e 17  (14-17h)

Esse Laboratório tem como foco principal a relação entre o sujeito, o outro e a palavra. Partindo da hipótese em que há uma inter-ação da “violência”acompanhando o o ato de escrever, examinaremos as consequências dessas discriminações e distorções: no mundo e no escritor.

Diana Kubicz – Trabalhei como psicóloga na Polônia. Estudei escrita em Cracóvia junto aos autores polacos Olga Tokarczuk e Marek Bienczyk antes de vir a Portugal ao c-e-m(centro em movimento). Minha área de pesquisa atual envolve um processo em que a palavra escrita é revelada através da interface corpo, do outro, e do mundo objetivo.

Investimento: 15 euros os três dias.


“Conversas sobre Produção” com Cristina Vilhena e convidados
26/11 (10 – 13h) - Inserido no contexto do CORPO ZERO

Estas conversas  são uma partilha de experiencias de produção, sendo o foco principal nesse primeiro encontro os acontecimentos na rua. Como conhecer a especificidade de cada proposta e como esta é trabalhada com a rua e com as pessoas que a habitam.

Cristina Vilhena Iniciou o seu percurso em Sines a colaborar no Teatro do Mar. Esta  trajectória contribuiu para criar disponibilidade para as relações humanas. Integrar a equipa do c.e.m - centro em movimento desde 1999, onde faz a direcção de produção e o acompanhamento dos percursos de criação dos estagiários e integrantes dos programas de formação e investigação, tem sido fundamental para o desenvolvimento das acções contínuas junto de pessoas e lugares como o Pedras d’Água. Nos últimos 3 anos colaborou com Madalena Vitorino no Festival TODOS.
Investimento: 20 euros 

“Projecto de vídeo participativo Olhares Nómadas” com ?lex
26 e 27(19-21h) 

O projecto “Olhares nómadas”, projecto audiovisual que propõe habitar e conectar realidades, num esforço de alargar o espectro de entendimento dentro e entre as comunidades e culturas. Integrando o processo criativo no quotidiano das pessoas. Realizando atelieres de filme documentário .

A proposta desses encontros é o compartilhamento de alguns desses vídeo-documentários e o diálogo que se pode gerar a partir de seu visionamento.

Filmes:

Dia26
19h, No hia ma (Indigenas em Laos), 27 Min
Os Akha são uma tribo indígena originalmente da Mongólia em constante migração. Som Thone é um rapaz akha, que a os 22 anos foi estudar a capital, Vientianne. Acabados seus estudos vai trabalhar na oficina de turismo onde nos conhecemos e decidimos ir juntos até a sua aldeia natal. Uma viagem onirica sobre o encontro.
“As vezes eu serei o teu guia, as vezes tu serás o meu guia” Som Thone

19h30, O terceiro olhar (Mulheres Saharauis refugiadas), 23 Min

No campo de refugiados de Dajla, há 20 anos vivem milhares de saharáuis, numa espera forçada por um referendo pela independência do seu país, que nunca acontece. Este documentário foi filmado por mulheres deste campo
Ao longo dos cinco dias do FISAHARA 2010 (Festival Internacional de Cinema do Sahara).
Famílias abrem suas casas, sua cultura, músicas, histórias, reivindicações, sonhos e quotidiano para o mundo. Filmam, falam, cantam, … na esperança da mudança.

20h Conversa

Dia 27
19h, Resultado do Laboratório de documentário "Habitar a matéria do real", 30 Min. Com a presença dos participantes e o orientador.

19h30, Conversa.

20h, Movimento 15M - Indignados "desde dentro", 40 Min.
Selecção de peças curtas do movimento 15M, realizadas pela comissão de audiovisuais do 15M de Madrid - Audiovisol, e Lisboa. Com a presença de um dos integrantes da comissão.

20h40, Conversa.

?lex: Nasci em Madrid, onde participo do movimento social de ocupação, vivendo em casas abandonadas e reciclando espaços para criar centros sociais para o bairro, Lavapiés.
Venho a Lisboa e estudo na Maumaus (Escola de Artes Visuais) e no CEM-Centro Em Movimento (Centro Multidisciplinar de Artes).Em 2004, crio o projecto de vídeo comunitário Olhares Nómadas (www.olharesnomadas.blog.com), desenvolvido com jovens “em risco” em Heliopolis (favela de São Paulo), com artistas de rua  e mulheres em contexto de prostituição (Lisboa), numa aldeia Gnawa no Sahara, com a FIA, em bairros africanos da periferia de Lisboa, na Ásia (Japão, Koreia, China, Tibete, Cambodja, Laos, Tailândia, BirmaniaÍndia) num campo de refugiados Saaraui (Fisahara - Festival de cinema do Saara), com jovens na mouraria (Lisboa) e em Lavapiés (Madrid).

Gratuito
Apoio: Tapada da Tojeira| AZEITE TOJEIRA
A Viragem Ética da Política e da Arte - UNIPOP; Vanessa Brito e Bruno Peixe Dias 
28,29 e 30 (18h-21h)
Os anos 80 e 90 assistiram àquilo a que podemos chamar uma viragem ética da política, que se traduziu por um crescente interesse pela problemática do «mal» e dos direitos humanos, ao mesmo tempo que a militância política das décadas anteriores perdia intensidade. Para Alain Badiou, esta ideologia ética representa uma nova figura do niilismo cujos efeitos se assemelham ao que ainda hoje se faz sentir: uma consensual resignação ao estado de coisas actual, que aparece como algo de necessário ou como um «mal menor» face aos desastres a que uma vontade política de transformação radical teria conduzido. Jacques Rancière, por seu lado, diagnostica a extensão desta viragem ética ao universo da arte contemporânea, denunciando-a também como sendo aquilo que bloqueia a possibilidade da política e do próprio pensamento.

Neste seminário intensivo propomos reactivar este debate, questionar as transformações que sofreu este sentimento niilista e interrogar esta possível oposição entre ética e política. Isto a partir da leitura conjunta de uma selecção de textos e da análise de exemplos concretos extraídos à arte contemporânea e à actualidade política internacional, focando nomeadamente os discursos assentes numa «indignação» difusa, que representaria o mais recente sintoma desta viragem ética.

Vanessa Brito é investigadora de pós-doutoramento no Instituto de Filosofia da Linguagem (IFL) da FCSH/UNL. Co-organizou este ano o colóquio internacional «Jacques Rancière – Entre nós e as palavras: a filosofia contra o consenso» e traduziu recentemente para português o seu livro Estética e Política: a Partilha do Sensível (2010), publicado pela Dafne Editora.

Bruno Peixe Dias é investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e da Númena – Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Elaborou uma tese de mestrado sobre Alain Badiou e coordenou, com José Neves, a edição do livro A Política dos Muitos. Povo, Classes e Multidão (2010), publicado pelas Edições Tinta-da-China.


Inscrição prévia cursopcc@gmail.com.
Lugares limitados.
No final do seminário será emitido um certificado de frequência.

Gratuito
Apoio: Fórum Dança/O Rumo do Fumo


Todos os laboratórios estão sujeitos à inscrição prévia via e-mail(nome e laboratório): coletivoqualquer@yahoo.com.br

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Seu Vicente

“Seu Vicente” Residências Artísticas é um projeto do c.e.m – centro em movimento -  que tem como jardineiros o coletivo qualquer, formado pelos pesquisadores Luciana Chieregati (Brasil) e Ibon Salvador (País Basco) e é apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa. Este espaço nasce com a vontade de ser um lugar vivo e em abertura constante, onde teoria e pratica se entrecruzem como questão vital ao abordar a criação na arte (e onde for), e onde pessoas do bairro e de outros lugares se cruzem e se confundam também. 


Para tal propomos-nos três eixos centrais:

 - O acolhimento de artistas nacionais e internacionais em residência;
 - A constituição de uma plataforma de discussão e investigação transdisciplinar ligada às acções a decorrer no c-e-m (centro em movimento);
 - E dinâmicas de abertura e cruzamento com o bairro de São Paulo e com as outras estruturas sitas no edifício da Boavista;

Propiciar encontros de investigação orientadas no aprofundamento de um corpo relacional que se densifica na sua relação com o entorno, no ir e vir das informações entre pessoas e lugares e desde aí construir uma arte, é uma urgência nestes dias. Nesse caminhar nos perguntamos desde e com que corpo emerge a criação, visando uma ampliação e aprofundamento de olhares que combinam e recombinam filosofia, ciência, dança, escrita, bairro, pessoas e geografias.

Ir criando linhas de trabalho que se cruzaram com outras dos que por aqui transitem, falem, escutem. A ideia é proporcionar nesta área de Lisboa um lugar onde quem quiser se perguntar ou ser perguntado, estudar, propor praticas, dedicar um tempo à observação, no fundo trabalhar em viés não especificados da matéria criação encontre um espaço, um tempo e uma disponibilidade.

Em breve estará no blog a programação do mês de Novembro, bem como algumas outras informações e atualizações relacionadas aos acontecimentos do espaço.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011


ABERTURA – “Seu Vicente” Residências Artísticas » Dia 1 de Novembro, 3a feira as 18:00horas Rua da Boavista 46, 1o direito (Cais de Sodré)

O projecto “Seu Vicente” visa criar um espaço de cruzamentos e convívios de diferentes sensibilidades artísticas e mundanas abrindo um lugar de ajuntamento sem necessidade de pertenças concretas nem avaliadas. Queremos ir fomentando aqui uma plataforma para conversar, pesquisar em criação, discutir contemporaneidades, observar e também estar calados. Elaborar uma engenharia dos trânsitos do bairro estando com quem passa por aqui, co-criar com os outras três estruturas que também habitam o mesmo edifício da Boavista, que desde Outubro começou a ter lençóis pendurados nas janelas.

Os porteiros da casa do “Seu Vicente” são o Coletivo Qualquer uma dupla de jardineiros da dança e do pensamento (Luciana Chieregati, brasileira e Ibon Salvador do País Basco) que fazem parte da equipa do c.e.m (centro em movimento).

Nos perguntamos o que é comunidade nestes tempos? O que é a arte na rua? O que é criação? Podendo substituir todos os “o ques” por “comos”. Convidamos a quem esteja interessado ou curioso a tomar um chá, um café, um vinho nesta próxima terça feira.

Até já

                                                                                                                             
                                                                                                                                “Seu Vicente”.






                                               c.e.m                      coletivo qualquer
                                               www.c-e-m.org                     

                                               

Programa de Acolhimento de Artistas em Residência: Câmara Municipal de Lisboa